quarta-feira, setembro 21, 2011

luzes


Hoje há no Universo pequenos pontos luminosos, semicerrando os olhos consigo distinguir formas mais ou menos claras de sonhos outrora sonhados. No emaranhado das estrelas vislumbro o recorte da tua imagem.

domingo, setembro 18, 2011

alma


Na ponte que liga a razão ao corpo floresce a essência, alma ansiosa que se alimenta de sensibilidade e beleza. No patamar inferior reina Demiurgo. Castelo de sentidos, construção do transcendente onde as ideias habitam. E se Platão vier, falem-lhe de Amor.

quarta-feira, setembro 14, 2011

impulso

Borboleta de papel. E o impulso é rio que galga as margens de um sopro atirado ao vento. Asas derretidas no calor da emoção e a estrela que a mão não alcança. No terreiro das bruxas ergue-se a chama que alimenta o fogo onde a poção mágica surge. Reacções. Trilhos de um comboio parado na estação do tempo. Mãos que se fecham no entrelaçar dos dedos inexistentes de um sonho que não ouso sonhar. Vêm os pássaros que respiram. Sufoco o impulso. Et.oma. Na carruagem da surpresa as palavras interditas.

domingo, setembro 11, 2011

lua



As águas espelhadas de um rio que transporta a liberdade.

quinta-feira, setembro 08, 2011


Na transparência dos dias adensam-se as emoções. Há o passado e o sorriso do presente, o futuro é um simples reflexo lunar.

domingo, setembro 04, 2011

a transparência



Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel serrana bela,
Mas não servia ao pai, servia a ela,
Que a ela só por prémio pretendia.

Os dias na esperança de um só dia
Passava, contentando-se com vê-la:
Porém o pai usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe deu a Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Assim lhe era negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começou a servir outros sete anos,
Dizendo: Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida
.

Luís Vaz de Camões

noite



Há a noite e a incerteza da manhã, sons que habitam o vazio dos dias que morrem. Fantasmas de um passado feliz e a saudade. Sonho correndo por entre a chuva que cai, como o mar, num daqueles dias de marés calmas, como um rio que se espreguiça através do seu curso, das cascatas, saltando através das paredes escarpadas, sem temer a queda das alturas, dos lagos. Aurora boreal no resplandecer do dia.

sábado, setembro 03, 2011

vida



Lá fora o bulício de uma manhã que regista o pulsar da vida. E um coração que renasce.