terça-feira, fevereiro 06, 2007

encontros



Num dos meus passeios virtuais dei de caras com o Francisco Rodrigues Lobo, discípulo de Camões, doutor de leis, poeta, escritor. Deixo aqui um poema seu dedicado ao rio que no seu leito o acolheu.
......
.....
....
..
.....
Fermoso Tejo meu, quão diferente
Te vejo e vi, me vês agora e viste:
Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,
Claro te vi eu já, tu a mim contente.

A ti foi-te trocando a grossa enchente
A quem teu largo campo não resiste;
A mim trocou-me a vista em que consiste
O meu viver contente ou descontente!

Já que somos no mal participantes,
Sejamo-lo no bem. Oh, quem me dera
Que fôramos em tudo semelhantes!

Mas lá virá a fresca Primavera:
Tu tornarás a ser quem eras dantes,
Eu não sei se serei quem dantes era.

Sem comentários: