domingo, fevereiro 25, 2007

reviver o passado

Há dias em que me dá uma grande vontade de reviver o meu passado literário, quero com isto dizer, olhar e reler alguns dos autores que sofregamente li. Eu sou de manias, confesso, sou de paixões, admito. Sendo assim, quando um escritor me desperta a atenção lei-o exaustivamente, livro após livro, linha por linha, letra por letra. Até que repentinamente me canso e o arrumo na prateleira. Hoje voltei ao Abelaira e recordei as discussões que estas leituras geraram. Que não, não percebiam porque andava eu a ler o Abelaira, romances sem interesse. Que sim, perceberiam muito melhor se me dedicasse a outro tipo de literatura.
Em homenagem ao Augusto Abelaira, com quem, do alto dos meus 18/19 anos, amiudamente me cruzava na rua, aqui deixo este post.

4 comentários:

zef disse...

Bom dia, Alecerosana. Ter vindo aqui agora pôs-me a reler o décimo quinto quadro de "A cidade das flores", que me ficou na memória. E foi fácil encontrá-lo, porque, há muitos anos, deixei-o marcado. E voltei a ficar encantado.
Abraços

alecerosana disse...

- Enganou-se! Enganou-se! - disse ela, apanhando uma flor azul. - E sabe como se chama? Tinham vindo à procura das acácias em flor, mas onde estavam as flores que ninguém as via?
A. Abelaira

Abraço

zef disse...

Não resisto:
"...num mundo em que a liberdade, a coragem, o amor, deixariam de ter significado, Rosabianca (sob os olhos frios dum soldado) diria ao pequeno Giovanni ou à pequena Rosabianca: 'Vês aquela florzinha azul?´ O pequeno Giovanni ou a pequena Rosabianca olharia para ela com os olhos muito brilhantes: 'É bonita...' - 'Sim - havia de dizer Rosabianca com uma réstia de felicidade no coração. - É bonita."
(É assim que acaba A cidade das flores).

Perdão por coisa tão comprida, mas há tanto tempo que não lia Abelaira...
Abraços

alecerosana disse...

e eu acrescento:
«A acção deste romance situa-se em Florença durante o período fascista.»

Abraço