segunda-feira, agosto 28, 2006

o eco dos sentimentos

Hoje levantei-me um pouco atordoada pelo toque insistente da campainha, era a empregada que vinha limpar o andar de baixo pertença de uma jovem que ainda não descobriu que o ser humano (ela, mais propriamente) não é eterno, a seu tempo lá chegará.
Este mau início para mais um dia na continuidade do tempo não trazia bom augúrio.
E foi assim que me dei conta de quão ridículos podem ser os sentimentos e, mais ainda, a insistência com que os alimentamos ficando a ouvir o eco por eles produzido acontecendo por vezes, devido à reverberação, ficarmos impossibilitados de distinguir o som dos seus infinitos reflexos.

domingo, agosto 20, 2006

Arthur Rimbaud

Rimbaud considerado na sua época um poeta maldito.

VOGAIS

A negro, E branco, I rubro, U verde, O azul, vogais,
Ainda desvendarei seus mistérios latentes:
A, velado voar de moscas reluzentes
Que zumbem ao redor dos acres lodaçais;

E, nívea candidez de tendas areais,
Lanças de gelo, reis brancos, flores trementes;
I, escarro carmim, rubis a rir nos dentes
Da ira ou da ilusão em tristes bacanais;

U, curvas, vibrações verdes dos oceanos,
Paz de verduras, pas dos pastos, paz dos anos
Que as rugas vão urdindo entre brumas e escolhos;

O, supremo Clamor cheio de estranhos versos,
Silêncio assombrados de anjos e universos;
- Ó! Ômega, o sol violeta dos Seus olhos!

sábado, agosto 12, 2006

As palavras

O vento as levou...

sexta-feira, agosto 11, 2006

O som e o silêncio

O som é uma onda impossível de se propagar no vácuo. E o silêncio? O silêncio é a ausência de som. No entanto, podemos distinguir dois tipos: o silêncio, comparável à morte, que é só e simplesmente, ausência de som e o silêncio como forma de comunicação, tantas vezes entendível como um grito, outras como uma carícia.
«If I have been speaking to almost no one it has not been a "proud silence," but on the contrary a very humble one, that of a sufferer ashamed to reveal how much he suffers.»
Nietzsche, Letters 1888

quarta-feira, agosto 09, 2006

malva de Perkin

A malva (esquerda) e o corante (direita)

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Agora que o tempo me sobra para as leituras, resolvi folhear algumas revistas atrasadas que se amontoavam no cesto.
Na Química, revista nº 101 da SPQ, encontrei um artigo sobre as moléculas da cor na arte e na natureza, nele se falava no primeiro corante inteiramente sintético a ser produzido (1856), a malva de Perkin.
A cor fascina-nos e, numa ousadia sem limites, o ser humano vai associando a natureza à química para conseguir aprisionar as moléculas da cor.
A minha esperança é que um dia o azul da tela me permita usufruir a plenitude do sabor, do odor e do toque que nos transmite um simples mergulho no alto mar .

terça-feira, agosto 08, 2006

aventuras de alice no país das maravilhas

Este foi um dos livros que me fascinou, li-o na minha infância e, mais tarde, já na adolescência, voltei a lê-lo na versão integral, assim como «Alice através do espelho».
Numa das minhas deambulações pela net encontrei um site interessante onde é possível ver e folhear online o manuscrito que lhe deu origem.
Espero que gostem de recuar no tempo e consigam folhear e ler o caderninho de Lewis Carroll.
Nota: o site demora um pouco a surgir. Na parte inferior da página há uma barra de comandos onde se pode ouvir a história e aumentar o tamanho da letra.

segunda-feira, agosto 07, 2006

O vazio da existência

Um conjunto vazio não contém elementos, no entanto, ele está contido em todos os conjuntos.