do jardim brotam flores. rosas. rosas do sul, rosas do norte, apenas o veludo e o perfume que libertam. rosas por colher, ainda em botão.
terça-feira, dezembro 31, 2013
quinta-feira, dezembro 26, 2013
Dream
Súbita mão de algum fantasma oculto
Entre as dobras da noite e do meu sono
Sacode-me e eu acordo, e no abandono
Da noite não enxergo gesto ou vulto.
Mas um terror antigo , que insepulto
Trago no coração, como de um trono
Desce e se afirma meu senhor e dono
Sem ordem, sem meneio e sem insulto.
E eu sinto a minha vida de repente
Presa por uma corda de Inconsciente
A qualquer mão nocturna que me guia.
Sinto que não sou ninguém salvo uma sombra
De um vulto que não vejo e que me assombra,
E em nada existo como a treva fria.
Fernando Pessoa
sábado, dezembro 07, 2013
domingo, novembro 24, 2013
"Há palavras que nos beijam"(1)
E no correr da pena, o sopro do vento que nos traz o sonho; palavras.
O ondular das águas, "caravelas doiradas"(2), e na sinusóide descrita, a continuidade da vida; deuses.
O ondular das águas, "caravelas doiradas"(2), e na sinusóide descrita, a continuidade da vida; deuses.
(1)Alexandre O’Neill em Poesias Completas no"Reino da Dinamarca".
(2)Florbela Espanca, no livro Sóror Saudade
domingo, novembro 17, 2013
A Poesia
Trago a Poesia...
Há dias de boa luz
passeios vagarosos perto da água;
no entanto,
é turva a memória do que nos encheu
e para outros caminhos a bússola é desconcertada.
Mas é essa luz que tens querido
e é a importância que dás às coisas
as flores estarem no seu sítio
a água saber dos caminhos.
Somos feitos de penumbra
e o que se vê, bola breve de sabão.
O dia é semeador desajeitado.
Colmeal da Torre, 15 de Novembro, 2013
http://vozromazeira.blogspot.pt/2013/11/conversitas.html
Conversitas
passeios vagarosos perto da água;
no entanto,
é turva a memória do que nos encheu
e para outros caminhos a bússola é desconcertada.
Mas é essa luz que tens querido
e é a importância que dás às coisas
as flores estarem no seu sítio
a água saber dos caminhos.
Somos feitos de penumbra
e o que se vê, bola breve de sabão.
O dia é semeador desajeitado.
Colmeal da Torre, 15 de Novembro, 2013
segunda-feira, novembro 11, 2013
Vida
"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo.
Não mata."
Clarice Lispector
quarta-feira, novembro 06, 2013
sábado, novembro 02, 2013
segunda-feira, outubro 28, 2013
cry me a river
Na transparência das águas, o sopro do vento. espelho fragmentado, reflectindo mil imagens deformadas.
sábado, outubro 26, 2013
O Sol
As águas espelhadas do rio reflectem a luz incidente de um sol renascido. A energia libertada faz brotar flores adormecidas; na tranquilidade dos dias que se advinham, os olhos contemplam esse jardim ainda por nascer. Dancemos...
domingo, outubro 06, 2013
terça-feira, agosto 27, 2013
sábado, agosto 17, 2013
Os dias que passam...
Conto de Fadas
Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o unguento
Com que sarei a minha própria dor.
Os meus gestos são ondas de Sorrento...
Trago no nome as letras de uma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...
Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é d'oiro, a onda que palpita.
Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A Princesa do conto: “Era uma vez...”
Florbela Espanca,em "Charneca em Flor"
Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o unguento
Com que sarei a minha própria dor.
Os meus gestos são ondas de Sorrento...
Trago no nome as letras de uma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...
Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é d'oiro, a onda que palpita.
Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A Princesa do conto: “Era uma vez...”
Florbela Espanca,em "Charneca em Flor"
sábado, junho 22, 2013
sexta-feira, junho 21, 2013
terça-feira, junho 11, 2013
Sinos
Hoje, dia em que Beethoven se fez ouvir por entre as vozes alegres da família que se ampara, procurei a poesia.
sábado, junho 08, 2013
Silêncio
No silêncio dos dias abertos ouço Bach. A tranquilidade do som surgido nos deslizar das teclas enfeita-me a alma. Sentir e deixar que o som me transporte aos dias felizes, dias em que o sonho se misturava com a realidade enaltecendo a vida.
domingo, junho 02, 2013
Saudade...
Saudade!,
gosto amargo de infelizes,
Delicioso
pungir de acerbo espinho,
Que
me estás repassando o íntimo peito
Com
dor que os seios d'alma dilacera,
—
Mas dor que tem prazeres — Saudade!
Misterioso
nume, que aviventas
Corações
que estalaram, e gotejam
Não
já sangue de vida, mas delgado
Soro
de estanques lágrimas — Saudade!
Mavioso
nome que tão meigo soas
Nos
lusitanos lábios, não sabido
Das
orgulhosas bocas dos Sicambros
Destas
alheias terras. — Oh Saudade!
Mágico
nume que transportas a alma
Do
amigo ausente ao solitário amigo,
Do
vago amante à amada inconsolável,
E
até ao triste, ao infeliz proscrito
—
Dos entes o misérrimo na Terra —
Ao
regaço da pátria em sonhos levas,
—
Sonhos que são mais doces do que amargo,
Cruel
é o despertar! — Celeste nume,
Se
já teus dons cantei e os teus rigores
Em
sentidas endechas, se piedoso
Em
teus altares húmidos de pranto
Depus
o coração que inda arquejava
Quando
o arranquei do peito malsofrido
À
foz do Tejo — ao Tejo, ó deusa, ao Tejo
Me
leva o pensamento que esvoaça
Tímido
e acobardado entre os olmedos
Que
as pobres águas deste Sena regam,
Do
outrora ovante Sena. Vem, no carro
Que
pardas rolas gemedoras tiram,
A
alma buscar-me que por ti suspira.
Almeida
Garrett "Camões"
sexta-feira, abril 05, 2013
Antipartículas...
No correr dos dias floresce-nos o coração, salpicos suaves de vida. E na noite todos os fantasmas se erguem, catedrais que o nevoeiro esconde. E o medo. Na desintegração o surgimento da antimatéria.
quarta-feira, fevereiro 20, 2013
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