quinta-feira, dezembro 31, 2009

retiro


Percorremos a estrada da vida de olhos vendados e surpreendemo-nos em cada uma das vezes que a venda cai. Caminhamos em círculo.

terça-feira, dezembro 29, 2009

segunda-feira, dezembro 28, 2009

anaconda

"(...)Encaramada a su altar de piedras, la anaconda enrollada sobre la maldición de su cuerpo alza la cabeza para observar el cielo con la inocencia de los irremediablemente fuertes. Sus ojos amarillos son dos gemas ausentes, ajenos al rumor de los felinos que con el hambre pegada a la costillas rasrean a sus víctimas, a la brisa que, en esta época sin lluvias, no cesa de transportar el polen hasta los claros abiertos por el ingenio o la mezquindad de otros hombres, o por la eléctrica crueldad del rayo(...)"

Luis Sepúlveda, Historias marginales

quarta-feira, dezembro 23, 2009

o pântano

Na mistura de cores o silêncio era absoluto, vozes inaudíveis tentavam emergir sufocadas pela não existência de som, feneciam mesmo antes de tomar forma, desespero de quem tenta libertar-se das lamas sugadoras do pântano. Na superfície plana ergue-se suavemente um som audível e, nesse momento, foi o silêncio que me despertou, quebrou-se, deixando no ar um som cativante que foi preenchendo espaços mais ou menos vazios.

terça-feira, dezembro 22, 2009

sábado, dezembro 12, 2009

domingo, dezembro 06, 2009

21 anos depois...

foi bom ver e ouvir

quinta-feira, dezembro 03, 2009

novos livros

convite encontrado neste sítio

Aguardo com expectativa o lançamento do novo livro de José António Barreiros publicado pela editora Labirinto de Letras que se efectuará no próximo dia 15 de Dezembro* de 2009 pelas 18:30.
É um romance, o autor descreve-o como uma narrativa sentimental e, levantando a ponta do véu, dá-nos a perceber que será um livro diferente daqueles a que nos habituou ao longo dos anos.

*Por lapso escrevi Novembro em vez de Dezembro. Caro Zef, obrigada!!

quarta-feira, dezembro 02, 2009

A vida em dois segundos

Corremos ...


Será que é isto que nos transmite a acelaração com que vamos avançando?


sábado, novembro 28, 2009

quarta-feira, novembro 18, 2009

o tempo, esse matador de sonhos...

Gosto da diferença do imprevisto do improviso.
Cansam-me as sequências e as séries infinitas (mesmo as de Fourrier).
Encantam-me as transformadas até as de Laplace.
E hoje estou carente de sonhos de palavras de ideias.
Sobra-me a liquidez do dia a dia e a petrificação de conceitos.
Falta-me a transparência da matéria no seu estado gasoso.
Ali aquela estrela a que queimou as asas à borboleta ambiciosa.

terça-feira, novembro 17, 2009

esse est percipi

os olhos agigantam-se na tentativa de vislumbrar o infinito e neles cabem todas as imagens que a nossa mente reflecte. numa infinita regressão. Ah! esta real sensação...


quinta-feira, novembro 12, 2009

existência


O ter anula o ser.

segunda-feira, novembro 09, 2009

teorema de Weierstrass

"Uma função contínua num intervalo fechado [a,b] , tem um máximo e um mínimo nesse intervalo."

Hoje, ao vê-la estudar Cálculo desencadearam-se lembranças passadas, memórias de um tempo de descoberta e irreverência. Teoremas, corolários...

- A menina por acaso já ouviu falar de Weierstrass?
- Sim, já ouvi falar Sr. Professor, mas pessoalmente não conheço...
Karl Weierstrass
Fantasmas ocultos trilham caminhos paralelos onde se escondem sentimentos vadios. Não durmo.

sábado, novembro 07, 2009

"Os nós e os Laços*"

"... as palavras, quando despojadas da vida são a hemorragia, o esvaziamento da alma."
*António Alçada Baptista

quinta-feira, outubro 29, 2009

mulherzinhas (em forma de provocação)


No frenesim das arrumações encontrei em casa dos meus pais um livro de Louisa May Alcott com o título deste post "Mulherzinhas". É um livro que me faz recuar, transportando-me ao tempo da minha adolescência e conta a história de uma família, uma mãe cujo marido está na guerra e se vê a braços com a educação das suas filhas, com tudo o que isso implica. É interessante reler livros que de algum modo nos marcaram.

quarta-feira, outubro 21, 2009

segunda-feira, outubro 12, 2009

saudade

«Na verdade, não temos saudades, é a saudade que nos tem, que faz de nós o seu objecto. Imersos nela, tornamo-nos outros. Todo o nosso ser ancorado no presente fica, de súbito, ausente.»

(Mitologia da Saudade)
Eduardo Lourenço


quarta-feira, julho 01, 2009

as coisas que se ouvem...

»... para mim as canções com óleo fula derretem-me e fritam-me o coração.»
Rui Zink, hoje, na TSF

sexta-feira, junho 19, 2009

noite

sem sono percorro os sites. leio notícias, entrelaço os bytes. pasmo quando encontro os bits.
notícias de importância capital. pasmo.

quinta-feira, junho 18, 2009

This is the life

Quase nove da noite e eu ainda retida entre paredes pouco confortáveis.

sábado, junho 13, 2009

sábado, maio 30, 2009

dia de sol

O verão arrancou em força, ainda que antecipadamente. Convidam-me para banhos na piscina, banhos de sol e desfrute de todos os UVs que se libertam. Recuso. O sol em demasia provoca-me alergias, fico com pele de "sapo", o que me deprime. Aguardo dias em que o sol se eleve um pouco mais nos céus e não me faça sentir que dormi sobre um lençol de urtigas.

quarta-feira, maio 20, 2009

domingo, maio 17, 2009

sexta-feira, maio 15, 2009

laços... (1)



"Gus is the Cat at the Theatre Door
His name as I ought to have told you before
Is really Asparagus, but that's such a fuss
To pronounce that we usually call him
Just Gus

His coat's very shabby
He's thin as a rake
And he suffers from palsy that makes his paw shake
Yet he was in his youth quite the smartest of cats
But no longer a terror to mice or to rats
For he isn't the cat that he was in his prime
Though his name was quite famous, he says, in his time
And whenever he joins his friends at their club
(Which takes place at the back of the neighbouring pub)
He loves to regale them if someone else pays
With anecdotes drawn from his palmiest days
For he once was a star of the highest degree
He has acted with Irving, he's acted with Tree
And he likes to relate his success on the halls
Where the gallery once gave him seven catcalls
But his grandest creation as he loves to tell
Was Firefrorefiddle, the Fiend of the Fell

"I have played, in my time, every possible part
And I used to know seventy speeches by heart
I'd extemporize backchat
I knew how to gag
And I knew how to let the cat out of the bag
I knew how to act with my back and my tail
With an hour of rehearsal
I never could fail
I'd a voice that would soften the hardest of hearts
Whether I took the lead or in character parts

I have sat by the bedside of poor little Nell
When the curfew was rung then I swung on the bell
In the pantomime season I never fell flat
And I once understudied Dick Whittington's cat
But my grandest creation
As history will tell
Was Firefrorefiddle, the Fiend of the Fell"

Then if someone will give him a toothful of gin
He will tell how he once played a part in East Lynne
At a Shakespeare performance he once walked on pat
When some actor suggested the need for a cat

"And I say now these kittens
They do not get trained
As we did in the days when Victoria reigned
They never get drilled in a regular troupe
And they think they are smart
Just to jump through a hoop"

And he says as he scratches himself with his claws
"Well, the theatre is certainly not what it was
These modern productions are all very well
But there's nothing to equal from what I hear tell
That moment of mystery when I made history
As Firefrorefiddle, the Fiend of the Fell"

"I once crossed the stage on a telegraph wire
To rescue a child when a house was on fire
And I think that I still can much better than most
Produce blood-curdling noises to bring on the ghost
And I once played Growltiger
Could do it again
Could do it again
Could do it again . . ."

quarta-feira, maio 13, 2009

cumplicidades... (2)

Quando o rio é grande torna-se indispensável que as "margens se estreitem", dia a dia vão-se construindo pilares de modo a que as pontes surjam. Sem pressas, porque a obra-prima necessita de rigor e tempo. É gratificante lançar a primeira pedra, é exaltante ver a outra margem cada vez mais próxima, em harmonia, para que a travessia se faça em segurança e com ligeireza.

cumplicidades... (1)

segunda-feira, maio 11, 2009

sábado, maio 02, 2009

beleza

A beleza é meio caminho andado para o sucesso. Só com muito esforço e perseverança o talento consegue ultrapassar a imagem.

sábado, abril 25, 2009

imagens tiradas da net
























Telefonemas a meio da noite, movimentações estranhas e a surpresa da escola fechada. As janelas abriram-se e ele, lá estava, a milhares de kilómetros de distância defendendo princípios em que não acreditava, retalhando a sua fresca inocência com dores que o acompanhariam até ao final da sua não muito longa existência. Tingidas de vermelho as suas vivências, jamais seria o mesmo. A importância de não ser ninguém, apenas um peão que ao ser movido faz com que o jogo se desenvolva, não tendo, no entanto, a capacidade de poder dizer não, de decidir.
Um mundo novo surgiu, mas nada do que o mundo velho continha se volatilazou, antes pelo contrário, cristalizou numa forma que para uns se revestiu de brilho e para outros continuou escuro. Coexistem diamantes com simples pedaços de carbono negro.




quinta-feira, abril 09, 2009

Páscoa

"Ressurreição
é ter fé no amanhã
é renovação
é o ciclo natural da vida."

A **Bia** definiu assim a Ressureição

Embora educada na fé Católica, sou hoje uma não crente. Contudo, interrompo esta minha ausência para vir desejar a todos os que me visitam uma Boa Páscoa.

segunda-feira, março 30, 2009

pausa

Fur elise


foto tirada daqui

Salão Nobre do IST - música roubada ao sonho...

sexta-feira, março 27, 2009

segunda-feira, março 09, 2009

segunda-feira, fevereiro 23, 2009


foto tirada daqui

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

LA CANCIÓN DESESPERADA


Emerge tu recuerdo de la noche en que estoy.
El río anuda al mar su lamento obstinado.
Abandonado como los muelles en el alba.
Es la hora de partir, oh abandonado!
Sobre mi corazón llueven frías corolas.
Oh sentina de escombros, feroz cueva de náufragos!
En ti se acumularon las guerras y los vuelos.
De ti alzaron las alas los pájaros del canto.
Todo te lo tragaste, como la lejanía.
Como el mar, como el tiempo. Todo en ti fue naufragio!
Era la alegre hora del asalto y el beso.
La hora del estupor que ardía como un faro.
Ansiedad de piloto, furia de buzo ciego,
turbia embriaguez de amor, todo en ti fue naufragio!
En la infancia de niebla mi alma alada y herida.
Descubridor perdido, todo en ti fue naufragio!
Te ceñiste al dolor, te agarraste al deseo.
Te tumbó la tristeza, todo en ti fue naufragio!
Hice retroceder la muralla de sombra,
anduve más allá del deseo y del acto.
Oh carne, carne mía, mujer que amé y perdí,
a ti en esta hora húmeda, evoco y hago canto.
Como un vaso albergaste la infinita ternura,
y el infinito olvido te trizó como a un vaso.
Era la negra, negra soledad de las islas,
y allí, mujer de amor, me acogieron tus brazos.
Era la sed y el hambre, y tú fuiste la fruta.
Era el duelo y las ruinas, y tú fuiste el milagro.
Ah mujer, no sé cómo pudiste contenerme
en la tierra de tu alma, y en la cruz de tus brazos!
Mi deseo de ti fue el más terrible y corto,
el más revuelto y ebrio, el más tirante y ávido.
Cementerio de besos, aún hay fuego en tus tumbas,
aún los racimos arden picoteados de pájaros.
Oh la boca mordida, oh los besados miembros,
oh los hambrientos dientes, oh los cuerpos trenzados.
Oh la cópula loca de esperanza y esfuerzo
en que nos anudamos y nos desesperamos.
Y la ternura, leve como el agua y la harina.
Y la palabra apenas comenzada en los labios.
Ése fue mi destino y en él viajó mi anhelo,
y en él cayó mi anhelo, todo en ti fue naufragio!
Oh sentina de escombros, en ti todo caía,
qué dolor no exprimiste, qué olas no te ahogaron.
De tumbo en tumbo aún llameaste y cantaste
de pie como un marino en la proa de un barco.
Aún floreciste en cantos, aún rompiste en corrientes.
Oh sentina de escombros, pozo abierto y amargo.
Pálido buzo ciego, desventurado hondero,
descubridor perdido, todo en ti fue naufragio!
Es la hora de partir, la dura y fría hora
que la noche sujeta a todo horario.
El cinturón ruidoso del mar ciñe la costa.
Surgen frías estrellas, emigran negros pájaros.
Abandonado como los muelles en el alba.
Sólo la sombra trémula se retuerce en mis manos.
Ah más allá de todo. Ah más allá de todo.
Es la hora de partir. Oh abandonado!


Plablo Neruda

terça-feira, fevereiro 17, 2009

A razão versus coração

Que coexistência mais conflituosa esta! Aos poucos vou-me dando conta de que a razão, por mais voltas que o coração dê, acaba por acordar de um sono forçado. E quando a razão começa a tomar forma, a ocupar espaço, o coração fraqueja. Que faço eu aqui? Perdida no labirinto onde Minotauro reina?
(...)
Devastada era eu própria como cidade em ruína
Que ninguém reconstruiu
Mas no sol dos meus pátios vazios
A fúria reina intacta
E penetra comigo no interior do mar
Porque pertenço à raça daqueles que mergulham de olhos abertos
E reconhecem o abismo pedra a pedra anémona a anémona flor a flor
E o mar de Creta por dentro é todo azul
Oferenda incrível de primordial alegria
Onde o sombrio Minotauro navega
(...)
Porque pertenço à raça daqueles que percorrem o labirinto
Sem jamais perderem o fio de linho da palavra.

Sophia de Mello Breyner Andresen em O Minotauro

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

pos scriptum

foto tirada daqui

Mesmo neste espaço imaginário há laços que se criam construindo estradas.
Ontem este blog fez três anos, para as/os amigas/os que me visitam um infinito obrigada.


terça-feira, fevereiro 10, 2009


«O tempo, se pudermos intuir esta identidade é uma desilu­são: bastam para o desintegrar a indiferença e inseparabilidade de um momento do seu aparente ontem e de outro momento do seu aparente hoje.» Jorge Luís Borges em História da Eternidade

terça-feira, fevereiro 03, 2009

a espera

foto tirada da net

os olhos vagueiam assustados, o corpo mantêm-se inerte, não se sabe se percebe mas nota-se que ouve. impossível desviar o pensamento deste cenário triste.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Estou frágil

foto tirada da net

quarta-feira, janeiro 21, 2009

mulheres diferentes


estou sensível. nomeio todas as mulheres que de algum modo contribuiram para um mundo melhor.


terça-feira, janeiro 20, 2009

Convocatória





Fui convocada para estar presente, em pequenas doses, pela Arábica

Agradeço e compareço.



Ao longo das horas e dos dias, que correm tristes, há sempre alguém que nos faz sorrir. Obrigada!


quinta-feira, janeiro 01, 2009

Bom Ano

Imprevistos impediram-me de vir aqui, atempadamente, desejar um Ano Bom.