domingo, novembro 26, 2006

amizades

Quando se gosta de verdade não há montes nem vales intransponíveis. Sexta -feira encontrei-me com uma amiga que já não via há três anos (a ideia era ir ao concerto). Por motivos profissionais ela foi viver durante um ano para EUA e também pela sua intensa actividade profissional, que por vezes se cruza com a minha, passou mais um ano e mais outro sem nos vermos ou termos qualquer contacto. Bastou um telefonema para iniciarmos a conversa exactamente no ponto onde a tinhamos deixado há três anos atrás. Fomos tomar uma água a um local cheio de gente, mas não vimos ninguém, a nossa conversa absorveu por completo aquele tempo roubado ao tempo.
Boa viagem minha amiga, B. e uma carrada de projectos para análise esperam-te!!

sábado, novembro 25, 2006

jacinta

Ontem, como todos os dias desde alguns meses para cá, afundada em processos para analisar, uma dead line para respeitar e umas avaliações para fazer lembrei-me que tinha bilhete para um concerto no CCB que se realizaria pelas 9 h. O grande problema foi chegar lá, entre chuvas fortes e acidentes ia-me movendo a passo de caracol, eram 10 h quando entrei no átrio do auditório. Levantei o bilhete que o porteiro tinha guardado e dispunha-me a ir para o café mais próximo esperar pela pessoa com quem fizera intenções de ir ouvir o concerto, pois faltavam apenas 30 m para terminar. Solícito o porteiro encaminhou-me então para o terceiro andar e, muito em silêncio e solitariamente, na lateral do último balcão ouvi a Jacinta, cantora de jazz .
Tem uma voz poderosa, conseguindo criar empatia com o público. Gostei!
Jacinta gravou com uma das mais conceituadas editoras de jazz do mundo - Blue Note Records.
Interpretou alguns dos grandes autores do jazz, terminou com uma canção que, para além de belíssima, me traz as mais bonitas recordações - Dorme meu menino a estrela d'alva, Zeca Afonso.

sexta-feira, novembro 24, 2006

o mundo à minha volta

Corro faço e desfaço amo desamo e volto a amar e o mundo invariavelmente continua grande e pesado sufocando-me como um polvo de ventosas grandes e poderosas que em segundos criam entre mim e elas o vácuo.
Corro páro e morro como um pássaro ferido durante o voo que ousou encetar.
Já não corro os olhos vazios fixam-se na linha que separa a realidade do infinitamente grande mundo do sonho.
E lá nessa linha imaterial encontro o que outrora perdi a capacidade de querer e ter de pensar e existir.
Entretanto chove...

segunda-feira, novembro 20, 2006

encontrei uma pedra

Encontrei uma pedra, olhei-a de frente, olhei-a de trás e de lado também, bafejada não cheirava a barro, a adição de ácido não provocou efervescência. O brilho era intenso, tratava-se de uma pedra polida, o grau de dureza era elevado, 10 na escala de Mohs, teria com toda a certeza átomos de carbono na sua constituição. Analisando mais em pormenor, verifiquei tratar-se de uma pedra constituída por um único cristal de forma octaédrica. Interroguei-me... estarei perante a nobre pedra cuja eternidade está escrita nos céus? Sim, era um adhamas! Olhei-o de frente, procurei os químicos, desencadeei reacções. Submetia-a a altas pressões, quebrou, era pouco tenaz.
Nada é eterno!

sábado, novembro 18, 2006

Cogitações

Coimbra tem mais encanto na hora da despedida...
Acho Coimbra uma cidade bonita, a ela me ligam recordações de um tempo em que os sonhos ainda eram realizáveis.

domingo, novembro 12, 2006

Cogito ergo sum

O ser humano tem atitudes e comportamentos deveras estranhos e contraditórios.
A ser verdade o que nos sugere Descartes, a nossa existência como seres estaria condenada à tomada de consciência do acto de pensar - não pensar, significaria não existir.
No entanto, sabemos que isso não é verdade, existimos muito antes de pensarmos. Aliás, ao ler determinadas coisas escritas de um modo tão primário atrever-me-ia a dizer que há determinados seres que, qual papagaio, não pensam no que escrevem, sai-lhes da boca para fora como um vómito involuntário e pernicioso conspurcando espaços circundantes e alvejando outros seres que, esses sim, pensam para além de existirem.
Esta separação abissal entre o corpo e a mente leva-me a concluir que há dois tipos de seres humanos, os que existindo pensam e os que, muito simplesmente, existem.

sábado, novembro 04, 2006

o concerto

Eu queria estar na festa pá....
...
Sei que há léguas a nos separar...
Tanto mar, tanto mar...

Dizer que gostei ficaria muito aquém do que realmente senti ao ver e ouvir Chico Buarque, apesar do mar imenso há pontos de contacto. Construiu-se a estrada, que venham os caminhantes!
A sua extrema magreza contrastava com a força da voz.

sexta-feira, novembro 03, 2006

as energias renováveis

Há uns meses atrás escrevi neste blog um post tendo como tema a energia nuclear.
Na altura era urgente e inadiável a construção de uma central nuclear, considerei que dada a natureza das reacções em causa (fissão /cisão nuclear) e o facto de termos um planeta deveras massacrado e com os recursos naturais já em avançado estado de esgotamento se deveria ponderar muito bem a construção de mais uma central nuclear.
A energia eólica é já um facto consumado e uma alternativa consistente, já os nossos antepassados próximos a usavam para fazer mover barcos e moinhos.
Numa das minhas viagens à Beira Interior foi-me dado a conhecer o facto de estar em fase terminal a colocação de vários aerogeradores na Serra da Gardunha, o que poderá alimentar energeticamente algumas das populações circundantes. Será mais um parque eólico a juntar a outros.
Não sou uma ambientalista militante, mas considero que temos a obrigação de preservar, na medida do que nos for possível, o planeta para que as gerações vindouras o possam usufruir.

quarta-feira, novembro 01, 2006

dias de sol

Há dias em que o Sol nos entra pela janela aquecendo-nos as mãos ainda há pouco frias.
É como se dentro de nós uma nova força se desenvolvesse...
Gosto do Sol assim, moderadamente quente, de modo a não torrar.

As minhas ausências...

As razões...
Parto no vento já sem alento... silencio-me num penar sem fim, a minha inaudível voz refugia-se no silêncio das palavras que nada dizem... o meu pensamento cruza-se algures com a cauda do vento e nele me perco... afundo-me na aniquilação de mim própria.. hoje, morro...
Ouço o canto dos cisnes, vejo a dança da chuva... tudo encenações... refugio-me em ti ó doce e efémera felicidade...
Arrasto-me no silêncio da minha solidão, bebo o cálice da tristeza e sorvo a hóstia do desânimo. Já nada me embala, nada me alegra...